Carvalhos de Justiça

“... a fim de que se chamem carvalhos de justiça, plantados pelo SENHOR para a sua glória” (Isaias 61.3b)

JOFRE GARCIA, PRESBÍTERO 

Que texto exuberante!

Esse é o ponto focal do ministério messiânico, a finalidade de seu trabalho, a glória de Deus!

Na trajetória para glorificação do Pai, o povo escolhido é parte distintiva do processo divino, há uma finalidade especificada e imprescindível que todo aquele que é alcançado pela irresistível graça de Deus precisa se tornar: ser considerado um Carvalho de Justiça.

A linguagem do profeta é poeticamente metafórica, sem, contudo, usar da chamada licença poética para distorcer elementos da realidade, mas para que através das figuras a mensagem possa ser compreendida e absorvida pelo leitor/adorador, e, assim, extrair as exemplares lições para vida e produzir os frutos de salvação.

O carvalho é uma arvore frondosa e bela, considerada como uma planta ornamental, produzindo uma agradável sombra. A beleza do povo de Deus está em sua justiça e fé, ao contrário dos carvalhos dos povos antigos onde a prostituição cultual e as injustiças eram praticadas em sua sombra (Oséias 4.13), os Carvalhos de Justiça ornamentam o mundo refletindo a santidade do SENHOR (Salmos 96.9), gerando a sombra da paz que somente Jesus lhes dá (João 14.27).

A longeva vida dos carvalhos que facilmente ultrapassa a casa dos mil anos (tome como exemplo o carvalho de Jurupa, no condado californiano de Riverside, considerado como o mais antigo ser vivo do mundo), gera nos homens de breve existência uma pálida ideia do que seja a eternidade, pois, gerações se passam e os carvalhos permanecem incólumes. Parte do segredo de sua longa vida está na capacidade de se renovar a cada estação.

Assim, os Carvalhos de Justiça são eternos, pois o SENHOR os renova de contínuo os preenchendo de forças e vigor (Isaias 40.31).

Os carvalhos são árvores portentosas, costumam se destacar entre os arvoredos por causa do seu notável tamanho, chegam a crescer por 30 e até mesmo 40 metros de altura, chamando a atenção dos incautos observadoras da criação.

Que assim sejam os Carvalhos de Justiça, porém, o seu tamanho, o seu destaque não será nunca para si mesmo, mas, por causa da justiça operada neles (a Obra de Cristo), tornam-se, assim, um exemplo das virtudes que o Evangelho revela. Eis os gigantes da fé, aqueles que reconhecem que é ELE (JESUS) que deve crescer e somos nós que devemos diminuir (João 3.30). Como está escrito:

“Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!” (Romanos 11.36).

Quando chegam as tempestades, os ventos contrários, as turbulentas mudanças climáticas, os dias causticantes e as tormentas impetuosas, os carvalhos fincam mais e mais suas raízes no solo em que estão plantados, tonando-se, assim, extremamente resistentes aos vendavais, e, ainda que apresentem em seus troncos e galhos as marcas de tais tormentas, nãos são, contudo, destruídos por elas.

Os Carvalhos de Justiça, estão firmados na Rocha, que é o SENHOR, e, dessa forma, ainda soprem os ventos, subam as águas, haja combate contra eles, não experimentarão a ruína por causa daqu’Ele que lhes dá sustentação, CRISTO (Mateus 7.24-25).

O que mais podemos inferir de um texto tão magnífico do profeta?

Sim! A capacidade de preservar o seu conteúdo.

Os melhores barris usados pelas vinícolas na preservação do vinho são feitos da madeira dos carvalhos. Isso se dá por causa de sua capacidade de preservar o que nele se coloca sem alterar sua substância.

Os Carvalhos de Justiça recebem o Espírito Santo que os preenchem com a PALAVRA de DEUS. Eles não deturpam, não alteram, não distorcem, não falseiam o que Deus lhes confiou, antes, espalham o seu conteúdo pelo mundo e, contrário ao vinho do mundo, que embriaga, tira a razão e é motivo de dissolução, tais Carvalhos espalham a consciência do Evangelho e a alegria da Boa Nova de Salvação: Jesus a alegria dos homens (Lucas 2.10-11).

Somos Carvalhos de Justiça, plantados pelo SENHOR, isso tem haver com a o ato que pertence a Deus, a eleição, pela qual é ELE quem planta e provê o crescimento e desenvolvimento dos Carvalhos.

E qual é o destino de tais Carvalhos?

A GLÓRIA DE DEUS! 

Soli Deo Glória.