Pregar Boas Novas

“... porque o SENHOR me ungiu para pregar boas novas aos quebrantados, enviou-se a curar os quebrantados de coração...” (Isaias 61.1b)

JOFRE GARCIA, PRESBÍTERO 

Na revelação fornecida pelo Espírito de Deus a Isaias encontramos elementos fundamentais para nossa existência como Igreja do Senhor: Primeiro a identificação com o Ungido (Messias). Segundo, o ponto focal para nossa maneira de viver, trabalhar e produzir na seara do Mestre.

Na sinagoga de Nazaré, quando num dia de sábado, Jesus abrindo (ou melhor, desenrolando) o livro do profeta Isaias, encontra essa passagem, ele a aplica sobre si mesmo, identificando o “UNGIDO” das Escrituras consigo mesmo, assumindo a identidade messiânica, e dessa forma cumprindo a profecia. Dessa forma, torna-se necessário e até mesmo indispensável estar identificado com Ele, e n’Ele ligado para de fato SER Igreja.

“Se alguém não permanecer em mim será lançado fora, à semelhança do ramo, e secará; e o apanham, lançam no fogo e o queimam.” (João 15.6)

O ponto focal em Isaias assim com em Lucas, se dá no conteúdo da ação missionária que o Messias deveria realizar: “pregar Boas Novas”, ou seja, “Besorah” no hebraico; “Evangelion” no grego. Palavras que retém em si o significado de anuncio de vitória, ou mesmo, boa nova.

Eis o ponto crucial do kerigma (proclamação) de Cristo e dos que com Ele se identificam: Anunciar a Boa Vitória de Deus aos homens! Proclamar uma Boa Notícia de Salvação!

Sim! DEUS SALVA!

“Ela dará a luz a um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque Ele salvará o seu povo dos pecados deles.” (Mateus 1.21)

Que tarefa majestosa e impar, do Messias e de seu povo:

Anunciar a salvação e não a condenação.

A vida e não a morte.

O consolo e não a amargura.

A alegria e não a tristeza.

A liberdade e não as algemas do cárcere.

O cuidado em vez do desprezo.

O aconchego em vez da solidão.

O prazer em vez da Dor. O sorriso em vez do pranto.

A redenção em lugar da escravidão.

A santidade em lugar do vil pecado.

Quem é o alvo do anuncio, da proclamação, da Boa Nova?

O quebrantado de coração!

Ou seja, aquele que percebe e que tem consciência da gravidade dos seus pecados e de como eles ferem a santidade de Deus, e assim, possuem a esperança de que Ele produzirá os meios de salvação. Quebrantado é aquele que apesar do contrário, dos reverses, dos tempos difíceis permanece com a sua fé na Justiça de Deus.

Justiça de Deus se configura no próprio Messias que vindo ao mundo redime o quebrantado sarando seu mal, assumindo sua dor:

“Mas Ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.” (Isaias 53.5).

A cura promovida pelo Messias se dará no âmago existencial humano, que chamamos: Coração!

Não está se referindo ao músculo da caixa torácica, responsável pelo bombear sanguíneo pelos inúmeros vasos capilares de nosso corpo físico. Mas naquilo que é o centro das decisões humanas.

E por que tratar o coração?

Porque nele se dá os destinos da vida:

“Porque o que sai da boca vem do coração, e é isso que contamina o homem. Porque do coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias.” (Mateus 15.18-19).

A Boa Notícia, o Evangelho de Deus, proclamado pelo Messias e após Ele, por sua Igreja, é que Deus em Cristo se reconcilia com todo aquele quebrantado de coração.

Soli Deo Glória.